O ser humano nasce com potencial para aprender qualquer língua e, dependendo do contexto em que se insere, pode tornar-se bilíngue desde muito cedo. Estudos indicam que mais da metade da população mundial é bilíngue, dessa forma, o bilinguismo ao invés de ser a exceção, é a regra na maior parte do mundo.
Não há consenso entre pesquisadores sobre uma idade ideal para iniciar a aprendizagem de uma segunda língua, mas o fato comprovado cientificamente é que, em qualquer fase, o bilinguismo traz inúmeros benefícios cognitivos, sociais, culturais e econômicos.
O medo de expor as crianças a uma segunda língua geralmente está associado à dificuldade que alguns adultos tiveram durante suas próprias aquisições, e não à capacidade da criança de lidar com a dificuldade de conhecimentos bilíngues.
Sabemos muito pouco sobre como o cérebro funciona, porém a ciência avança cada vez mais. O dilema que realmente importa não é se a criança está preparada para essa exposição – porque sabemos que hoje ela está, mas sim como essa exposição será feita. Diante disso, é importante focar na formação de professores para o sucesso da educação bilíngue, assim como na comunicação aberta com a família, pois evita uma possível sobrecarga em função de metodologias inadequadas dos educadores e pressão familiar.
A professora de Ciências da Fala e Audição e codiretora do Instituto de Aprendizagem e Ciências do Cérebro da Universidade de Washington, Patricia Kuhl, têm encontrado evidências de quais são os momentos mais propícios para o desenvolvimento da linguagem baseado na neuroplasticidade presente nos primeiros anos de vida, que acaba se modificando e estabilizando ao longo do tempo. As pesquisas, apesar de interessantes, ainda estão sendo desbravadas neste campo desconhecido. Entretanto, inúmeros educadores aconselham que o melhor momento para aprender uma segunda língua é o momento em que isso é possível, pois é importante ter em mente como este ensino pode trazer inúmeras vantagens.
Para Oswaldo Segantin, cofundador da Enjoy Inglês Profissionalizante, o papel do professor é de extrema importância para o aprendizado bilíngue: “O ideal é que os educadores estejam preparados para conhecer as diversas realidades entre estudantes pequenos, adolescentes ou adultos, e atuar sobre cada uma delas de forma planejada e bem embasada teoricamente”, afirma.